sábado, 6 de fevereiro de 2010

O sentido do batismo


Site CNBB
Tenho sob os olhos, neste momento, a bela fotografia do Santo Padre batizando uma das catorze crianças que Ele introduziu na família de Deus durante a Missa, no dia litúrgico do batismo de Cristo. A foto colorida realça a mão direita de Bento XVI, com o belo anel pontifical, segurando a concha de água que escorre na cabecinha da criança. Linda fotografia e sugestiva.
O batismo – todos sabemos – é a porta, por onde nos chega a graça do Senhor, riqueza sobrenatural que nos faz filhos de Deus por adoção. E mais: torna-nos templos da Trindade Santíssima.
Na minha saudosa paróquia universitária, nas Perdizes em São Paulo, ao final do rito batismal, costumava sugerir aos pais e padrinhos que beijassem o peito da criança recém-batizada, não porque a criança ér bonita – toda criaça é linda – mas porque Deus trino mora no coração do novo cristão. É templo de Deus.
No Evangelho de Lucas (3, 21-22) lemos que, no momento do Batismo de Cristo, “o céu se abriu e o Espírito Santo desceu”. Desde o pecado dos nossos primeiros pais, o céu estava fechado, mas agora se rasga para chover sobre nós as chuvas da misericórdia divina.
É costunme nosso festejar o aniversário do nascimento, quase nunca o de nosso batismo, que em geral as pessoas nem sabem quando é. Como pároco costumava sugerir aos pais que colocassem no quadro a certidão de batismo da criança para que, conservando-a, nunca a data fosse esquecida, mas sempre festejado o aniversário do nascimento para o céu.
Sob a foto pontifícia do batismo das catorze crianças acima citada, o texto do Papa fala do sentido da vela. O padrinho acende-a no círio pascal, enquanto o celebrante diz: “recebe a luz de Cristo”. De fato, o batismo nos ilumina com a luz divina da fé e é, sob esta luz, que o novo cristão deve caminhar.A ocasião é propícia para recordar aos que são convidados pelos pais para a honrosa função de padrinhos, que assumam a responsabilidade de acompanhar a vida religiosa do afilhado, aconselhando-o e dando-lhe o exemplo de vida cristã. E os pais não devem convidar para padrinho ou madrinha qualquer pessoa, mas quem possa ser para o afilhado modelo de vida cristã e assim acompanhar crarinhosamente a caminhada do afilhado. Batismo é nascimento para o cé: aí está o sentido cristão deste sacramento. Você sabe a data do seu batismo?



A beleza da castidade


Moysés Azevedo
A castidade é um grande dom, que faz com que compreendamos a unicidade do nosso ser. A presença da castidade gera felicidade, dignidade, capacidade para amar, para se doar não por pedaços, mas para se doar por inteiro, como Jesus se deu na cruz. Hoje, vemos um mundo que despreza a beleza da castidade, por isso, as consequências são tão graves.
A castidade gera olhos transparentes, revela o próprio Cristo e aquela que é "toda bela", a Virgem Maria. Mas a ausência dessa virtude vai enfeando o homem. Aí a mulher precisa produzir-se cada vez mais e vai tornando a vida feia, vazia e infeliz.
Sem uma relação profunda de amizade no namoro não existe matrimônio verdadeiro e feliz. Mas como nós não priorizamos, no namoro, a amizade, temos matrimônios imaturos, inseguros, muitas vezes, gerados por relações sexuais pré-matrimoniais. Nós vemos os frutos disso na nossa casa, na nossa família. Temos visto uma sociedade que reivindica a regularização e a aceitação do adultério.
A sociedade nos diz o tempo todo que esse "negócio" de homem e mulher já era, que você é quem escolhe e, assim, vai negando a natureza e o dado inicial que Deus lhe deu. O Senhor o fez homem, não o fez outra coisa e você vai ser feliz sendo homem.
Rapazes, vocês são verdadeiramente homens! O mundo precisa de testemunho de virilidade, com a sua capacidade, com os seus dons, que complementam a mulher. A masculinidade de vocês é um dom de Deus. Vocês são verdadeiramente homens, inteiramente homens.
Pode ser que vocês tragam algumas feridas com vocês, mas não se deixem enganar pelo mundo! Não se arraste pelas modas que arrasam a masculinidade e a virilidade. Sejam homens por inteiro, como Cristo foi! Se há feridas em vocês, deixem que Ele, o Homem que é Cristo, pela Sua graça, pela castidade, os harmonize e os cure. Vocês serão felizes sendo quem vocês são. Quando, em Cristo, deixamo-nos ser aquilo que Deus nos criou, somos felizes.
Minhas queridas irmãs, quero lhes pedir em nome de Cristo, da Igreja e do mundo que vocês não percam o dom maior que Deus lhes deu: a feminilidade. A feminilidade de vocês nos torna mais homens. A feminilidade – não a sensualidade – torna seus esposos e seus filhos mais homens. A sensibilidade de vocês pode ser notada até quando um rosto muda. Vocês são capazes de fazer com que o mundo seja mais humano.
Não deixem de ser como Deus as fez: mulheres por inteiro, todas belas! Não caiam nas falácias do mundo de hoje, que querem que vocês entrem em competição com o homem. Não se deixem enganar pela sensualidade, pela negação da sua sexualidade como mulheres, como se pudessem ser outra coisa sem ser mulheres.
Mulher, que complementa o homem, que faz o mundo mais humano. Em vocês vejo minha mãe, minhas irmãs, minha cofundadora. Não deixem de ser o que vocês são pelas mentiras do mundo.
Onde começa essa deformação do mundo? Quando se despreza a castidade. Como podemos ser amigos da humanidade com uma sociedade que despreza a castidade? Como amigo de Deus e como amigo dos homens, eu sou chamado a testemunhar e a proclamar a beleza da castidade.



Muticom reflete sobre a comunicação na era digital

Agência
A comunicação na era digital foi o foco do terceiro dia do Mutirão de Comunicação (Muticom) que acontece até domingo, 7, em Porto Alegre (RS).
Logo pela manhã, os conferencistas Rubens Salvador Bordini e Luciano Sathler ressaltaram o papel da tecnologia no âmbito da comunicação com a palestra "Economia e comunicação na era digital".
O eixo principal abordado foi à relação da economia com a comunicação na era digital e os desafios que este relacionamento propõe as instituições religiosas. Foi também apresentado que, não basta somente fazer a economia, hoje temos que trabalhá-la de forma digital, só assim conseguiremos fazer a diferença, sendo eficaz em atingir o público no qual se destina a comunicação.
A tarde, teve destaque a conferência do presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, refletindo sobre "a Igreja e o desafio das novas tecnologias da mídia na evangelização".
A CNBB realizar, esta noite, a cerimônia de entrega dos prêmios de comunicação - edição 2009, a partir das 20h. A premiação é entregue todos os anos com o objetivo de reconhecer a arte e o mérito dos profissionais dos meios de comunicação social, de imprensa, cinema, rádio e televisão que contemplam em suas produções os valores humanos, cristãos e éticos, bem como a linguagem artística e técnica.
Neste sábado, os participantes do Muticom refletirão sobre a Comunicação no diálogo com as culturas, o diálogo ecumênico e inter-religioso e os processos de inculturação do Evangelho.



Mandante da morte da Irmã Dorothy Stang Volta á prisão


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta quinta-feira, que o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, deve voltar pra cadeia. Ele é acusado de ter encomendado a morte da missionária Dorothy Stang, há cinco anos.
A decisão já foi comunicada ao Tribunal de Justiça do Pará que deve agora acionar a polícia para fazer a prisão de Bida.
O fazendeiro é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária Dorothy Stang, em 2005. A missionária fazia um trabalho de desenvolvimento sustentável em assentamentos da região de Anapu, no sudoeste do Pará e recebeu inúmeras ameaças de morte.
Em um primeiro julgamento, Vitalmiro foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado pela Justiça do Pará. Como a condenação foi superior a 20 anos, teve direito a um segundo júri e acabou absolvido.
O Ministério Público recorreu e esse resultado foi anulado. A prisão foi decretada novamente, mas os advogados de Vitalmiro conseguiram um habeas corpus que impedia que ele voltasse para a cadeia. Esse recurso foi derrubado nesta quinta-feira no STJ.
Regivaldo Pereira Galvão, o outro fazendeiro acusado de encomendar o crime, até hoje não foi julgado.











Qual é o Terceiro Segredo de Fátima?


Felipe Aquino
Infelizmente circula na internet um tal “Terceiro Segredo de Fátima”, que muito assusta as pessoas, como se o Papa João Paulo II não tivesse revelado o verdadeiro no ano 2000. No dia 26 de junho deste ano foi revelado, com a devida autorização do Papa, o verdadeiro Terceiro Segredo de Fátima, que tanta curiosidade, medo e, às vezes, pavor, despertava no povo. Na verdade, houve muita fantasia prejudicial às pessoas. Nas suas três partes o Segredo nada tem de previsões sobre o fim do mundo, nem de catástrofes ou flagelos.
Com a revelação do Segredo, feita através da Sagrada Congregação da Fé, com uma interpretação feita, a pedido do Papa, pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje o Papa Bento XVI, prefeito da citada congregação na época, viu-se que se trata de uma visão do século XX, século este impregnado de mártires do comunismo, do nazismo e de outras forças inimigas da Igreja e de Deus. Milhões morreram pela fé.
Na entrevista que Dom Tarcísio Bertone, então Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, teve com a Irmã Lúcia, por ordem do Sumo Pontífice, em 27 de abril de 2000, no Carmelo de Coimbra, onde vivia a religiosa, esta, lúcida e calma, concordou com a interpretação do Segredo, segundo a qual a terceira parte do Segredo de Fátima consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirmou a sua convicção de que a visão de Fátima se refere “sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos” e descreve os duros sofrimentos das milhões de vítimas do século XX.
Irmã Lúcia confirmou que a principal personagem do Segredo era o Santo Padre e recordou como os Pastorinhos tinham pena dele. Com relação ao "Bispo vestido de branco" (o Papa), que é ferido de morte e cai por terra, a Irmã concordou plenamente com a afirmação do saudoso Papa João Paulo II: "Foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala e o Santo Padre deteve-se no limiar da morte" (Meditação com os Bispos italianos na Policlínica Gemelli, 13 de maio de 1994).
É interessante destacar o que diz a Irmã Lúcia: "Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa." A ela foi dada a visão, não a interpretação. Mais uma vez vemos aí a importância da Igreja e do Pontífice. E a Irmã concordou com a interpretação dada pela Igreja. Na interpretação do Segredo, já bastante publicado e conhecido, feita pelo Cardeal Ratzinger, alguns pontos merecem ser destacados:
1 - A palavra-chave da primeira e segunda parte do Segredo é "Salvar as almas"; a palavra-chave da terceira parte é "Penitência, penitência, penitência". O mesmo cardeal lembrou que a Irmã Lúcia lhe disse que o objetivo de todas as Aparições da Santíssima Virgem era fazer crescer cada vez mais a fé, a esperança e a caridade.
2 - A visão do anjo com a espada de fogo representa o perigo da destruição da humanidade por si mesma, por meio da guerra e de outras formas. O brilho da Mãe de Deus aparece como a força capaz de vencer as forças da terrível destruição.
3 - O sentido da visão não é mostrar um filme sobre o futuro, mas uma forma de orientar a liberdade humana a buscar o bem. Há que se evitar, portanto, as interpretações fatalistas do Segredo, como se tudo já fosse traçado para acontecer, sem respeitar a liberdade dos homens. O futuro é visto como que num espelho, de maneira simbólica.
4 - Três sinais aparecem: uma montanha alta; uma grande cidade meio em ruínas e uma grande cruz de troncos toscos. A montanha e a cidade são o lugar da história humana, de convivência, mas de luta; como uma subida árdua no qual o homem destrói, com as próprias mãos, o que ele mesmo construiu (cidade em ruínas). No alto da montanha está a Cruz, meta e orientação da história humana, sinal da miséria humana e promessa de salvação.
A visão mostra o caminho da Igreja como uma Via-Sacra, ladeado de violência, destruição e morte, mas de esperança. Diz o cardeal que nesta imagem pode-se ver a história de um século que se finda. O século dos mártires, dos sofrimentos e das perseguições à Igreja. Século de duas guerras mundiais e de muitas guerras locais. No espelho desta visão vemos passar as testemunhas da fé deste século.
O cardeal fez questão de recordar o que a Irmã Lúcia disse ao Papa João Paulo II, em 12 de maio de 1982, um ano após o atentado sofrido por ele: "A terceira parte do segredo se refere às palavras de Nossa Senhora: "Se não [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas."
Os Papas deste século tiveram um papel preponderante na árdua "subida da montanha" do Segredo. Desde Pio X até João Paulo II, todos os Santos Padres sofreram no caminho que leva à Cruz.
5 - Destaca o mesmo cardeal que o fato de o Papa não ter não ter morrido no atentado de 13/5/81 significa que não existe um destino imutável (na visão Sua Santidade aparece morta), e se a mão de Nossa Senhora guiou a bala para que não o matasse é porque a força da oração e da penitência é maior do que as balas, e a fé é mais poderosa do que os exércitos. Tudo pode ser mudado pela oração e pela conversão!
6 - Por fim a visão mostra os anjos que recolhem da cruz o sangue dos mártires e com ele regam as almas que se aproximam de Deus. O Sangue de Cristo e o dos mártires são vistos juntos a significar que o nosso sofrimento completa a salvação do mundo (cf. Cl 1, 24). O sangue dos mártires é semente de novos cristãos, como dizia Tertuliano. E assim, o terceiro Segredo termina com uma forte mensagem de esperança: nenhum sofrimento é vivido em vão se é acolhido na fé. É de todo o sofrimento e de todo o sangue derramado pela Igreja, no século XX, que brotarão as forças de um novo Cristianismo no século XXI. Haverá uma forte purificação e um renovamento que já se faz sentir no coração da Igreja. É a eficácia salvífica que brota do Sangue de Cristo misturado ao dos Seus mártires.
7 - Os acontecimentos, a que se refere o Segredo, já são do passado; fica o permanente apelo à oração e à penitência para a salvação das almas. O cardeal termina afirmando que a certeza de Nossa Senhora de que por fim "o meu Imaculado Coração triunfará" significa que um coração voltado inteiramente para Deus é mais forte do que as pistolas ou as outras armas de fogo. A mensagem do Terceiro Segredo é uma mensagem de confiança no Cristo que venceu o mundo (cf Jo 16, 33).
Estive em Portugal, logo após a morte de Irmã Lúcia, em Coimbra, com a Dra. Branca, que cuidou da religiosa até a sua morte. A médica disse-me que Irmã Lúcia concordou inteiramente com a revelação feita pela Igreja sobre o Segredo e que mais nada havia a revelar. Portanto, é preciso cessar a divulgação de um falso Terceiro Segredo de Fátima, como se a Igreja não tivesse revelado o verdadeiro