sábado, 6 de setembro de 2008

Setembro - mês da biblia


Setembro, mês da Bíblia. Por que, se a Palavra de Deus é permanente? A Igreja quer insistir, com as celebrações deste mês, na leitura constante das Escrituras Santas pelos fiéis para que a Palavra da salvação esteja sempre aos seus olhos, e na sua meditação possam chegar à contemplação do amor de Deus por nós e, por este caminho, também chegar à posse deste Deus.
Escolheu este mês porque nele se comemora o “dies natalis”, a festa de São Jerônimo, o “doutor máximo” no ensino das Santas Letras. Na verdade, no século IV, quando a Igreja saía das catacumbas e se multiplicavam os fiéis, a pregação do Evangelho devia se multiplicar. São Jerônimo tomou a si a obra imensa de traduzir para a linguagem popular de então, o latim, os Livros que contavam a misericórdia de Deus que se manifesta, se comunica com a humanidade, dos originais escritos nas línguas hebraica, aramaica e grega. A partir daí e para o povo inculto vindo da barbárie que invadira o Império Romano, a mesma Revelação se traduzia nas esculturas e pinturas das catedrais, que ilustravam para o povo a Palavra e a História da Salvação pregadas nos púlpitos e nas praças. Não havia ainda a imprensa nem mesmo o papel. Não era fácil a multiplicação dos escritos. Mas, na liturgia e na missão “perseverara a Igreja na doutrina dos Apóstolos, na fração do pão e nas orações” (Cf. Art. 2, 42), como no princípio, no tempo apostólico.
A Bíblia e a Tradição constituem o depósito da Palavra de Deus, confiada aos Apóstolos e aos seus sucessores pelo Senhor Jesus quando “lhes ordenou” que o Evangelho prometido antes pelos profetas, completado por Ele e por sua própria boca promulgado, fosse por eles pregados a todos os homens, como fonte de Verdade salvífica e de toda a disciplina dos costumes, comunicando os dons divinos (Cf. Dei Verbum – cap. II, 7).
A revelação do amor de Deus aos homens se faz de muitos modos. No nosso coração pela lei natural, desde Adão, pela fé, desde Abrahão que acreditou e “se alegrou quando viu o dia de Cristo”. Repetindo, de muitos modos, nos diz a Epístola aos Hebreus (Cf. Heb. 1, 1-12) se manifesta Deus aos homens, completando-se totalmente em Cristo, a plenitude divina enchendo o homem para que este fosse elevado à completa e total união com a divindade.
A Bíblia nos conta a história desta inserção divina na humanidade, desde a promessa e a contínua preparação nos patriarcas, na garantia da pregação profética e na plenitude do Evangelho, tanto na forma escrita, que constituem os Livros Santos, como na tradição oral. Na 2a Carta aos Tessalonicenses São Paulo nos exorta a manter as tradições que recebemos sejam oralmente sejam por carta.
Essa compreensão da Bíblia, como exposição da Revelação Divina e da sua transmissão nos leva à fé e à esperança da salvação incitando-nos ao amor que une o que o pecado separara.
A Bíblia não é um livro fundamen­talista. Absoluto. Só Deus é absoluto e assim toda a sua misericórdia e amor que é total em Cristo.
Ao Deus que se revela, deve-se a obediência da fé, nos ensina o Concílio na Constituição “Dei Verbum”, pela qual o homem livremente se entrega todo a Deus. Para tanto precisamos da graça de Deus, que move nossos corações à esperança e ao amor.
Pela contínua meditação da Palavra de Deus, sejamos levados a um impulso de vida espiritual que nos aproxime sempre mais daquele Deus que tanto nos amou que se tornou um de nós em seu Filho, Jesus Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário