domingo, 31 de janeiro de 2010

Pe. José Andrade sjc; 12 anos de sacerdócio


Nasci em Ribeira do Pombal-Ba, distante 278 km da capital baiana. O município fica localizado no nordeste do estado da Bahia. Seu território se estende pela bacia do Rio Itapicuru, incluído totalmente no "polígono da seca". Anterior a fundação do município os Jesuítas espanhóis implantaram na região a devoção a Santa Tereza de Jesus. Em 1754 foi trazida da Espanha uma imagem de madeira da Santa, até hoje venerada na Paróquia dedicada a ela. É esta paróquia, o lugar e o cenário da minha vocação. Minha família é de agricultores, tradicionalmente católica, a quem devo as bases da minha fé cristã e muitos dos valores que norteiam minha vida.
Quando eu era garotinho, ouvia falar sobre a vida de Santa Tereza. Entre as historias que ouvi, existe uma que me comove até hoje. Conta-se que certa vez a santa estava rezando e Jesus lhe apareceu tendo nas mãos um coração e lhe perguntou: Quem é você? Ela respondeu: Eu sou Tereza de Jesus e você quem é? Ele disse: Eu sou Jesus de Tereza. Após ter dito isto entregou a ela o coração que tinha nas mãos. Antes de ter sido declarada doutora da igreja por Paulo Vl, Santa Tereza era representada nas suas imagens segurando um coração. É esta a imagem que povoa a minha memória desde o tempo de menino; uma freira serena e bela segurando um coração, o precioso Coração de Jesus. Um dia ouvi Dom Jackson Berenguer Prado, então bispo diocesano de Paulo Afonso, nos contar esta estória comovente. Éramos um grupo formado por jovens e adolescentes. Deste grupo, quatro se tornaram sacerdotes: Pe. Gilmar, Pe. Adriano, Pe. Marcos e eu. Lembro-me da exclamação de Dom Jackson no final daquela estória: Que coisa bonita ser de Jesus como Santa Tereza! E a pergunta que ele nos fez: Quem de vocês quer ser de Jesus como ela? Fiquei desassossegado com a pergunta do bispo; pensei, procurei esquecer o que ele perguntou, me esforcei para ignorar meus sentimentos e só encontrei sossego para meu coração quando um dia eu disse: Eu quero ser de Jesus como Santa Tereza. Quis consagrar minha vida a Ele assim como fez a padroeira da minha paróquia, minha mestra, madrinha e protetora.
No dia 28 de julho de 1984, aos 15 anos de idade, deixei minha família, minha comunidade e fui acolhido no Seminário São José de Tucano pelo Pe. José Gumercindo, fundador da Sociedade Joseleitos de Cristo. Durante as etapas da minha formação sacerdotal e religiosa morei em diferente lugares: Tucano-BA, Bocaiúva-MG, Belém do Pará e Taubaté-SP. Aos Padres Joseleitos eu devo os anos de estudos acadêmicos, formação humana, experiência pastoral e o fato de terem me ajudado a discernir, que ser de Jesus como eu queria e Santa Tereza o foi, significava ser sacerdote.
O dia da minha ordenação foi 01 de fevereiro de 1998. Fui ordenado na Igreja de Santa Tereza em Ribeira do Pombal por Dom Mauro Zanetta, bispo diocesano de Paulo Afonso. “Servo por amor” é o meu lema sacerdotal. Vivi as primícias do meu sacerdócio como vigário paroquial e posteriormente pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Colônia Agrícola Italiana de Quiririm em Taubaté-SP. Minha primeira paróquia, meu primeiro amor. Simultaneamente assumi o oficio de formador dos estudantes de teologia da minha congregação que residiam no Seminário São José em Quirirm –Taubaté-SP.
Em 15 de julho de 2002, vim residir em Salvador-BA em função de um oficio que me foi confiado pelos meus confrades joseleitos. Quando cheguei na Arquidiocese de são Salvador da Bahia comecei a exercer meu ministério sacerdotal nas paróquias Jesus de Nazaré, Santa Rita e São Pedro. Após ter cumprido a missão que me havia sido confiada pude cursar jornalismo e como diz o Belchior: Ainda sou estudante das coisas que eu quero ser. Atualmente sou estudante do curso de especialização em Estudos Culturais, Historias e Linguagens da UNIJORGE. Minha formação acadêmica é simplesmente para aprimorar meu ministério e me dar melhores condições de servir a igreja na sua missão de anunciar o evangelho através dos meios de comunicação.
Passaram-se 12 anos, desde o dia em que fui ordenado sacerdote, e ainda hoje, quando retorno a Ribeira do Pombal e entro na Igreja de Santa Tereza, sinto a alegria que senti no dia da minha primeira comunhão, da minha crisma, da minha ordenação e da minha primeira missa. Minha vocação está enraizada, preservada intacta naquele espaço sagrado, sustentada pela fé do meu povo que continua rezando pela minha perseverança. Contemplo em silencio a imagem secular de Santa Tereza, testemunha ocular dos meus antepassados e da minha própria vida. A Tereza de Jesus eu sempre peço: Ensinai-me a ser inteiramente de Jesus como vós. Ajudai-me a ser um sacerdote cujo coração se assemelhe a este que tende em vossas mãos; o coração do teu Jesus, teu grande bem e teu maior tesouro. Ó Santa Tereza de Jesus; que coisa bonita ser de Jesus! Guardai-me junto de Sua Majestade e não permitas que eu me separe dele.
Finalmente, eu agradeço aos bispos, colegas sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos, religiosas, aos fieis leigos e a todos que ao longo da minha caminhada acreditaram na minha vocação e rezam pela minha perseverança. Aos vocacionados e vocacionadas eu quero dizer duas coisas: Não tenham medo. Vale a pena ser de Jesus!

Sacertote




Frei Patrício Sciadini, ocd.
A Pessoa de Jesus se coloca na nossa frente como modelo de todo o agir para qualquer um, mas especialmente para os sacerdotes.
Pensar no sacerdote é pensar em alguém frágil, pecador, carregado de muitos defeitos e limitações, e que um dia, não só por sua decisão própria de querer seguir o Cristo, mas por vontade da mesma Igreja, que discerniu a sua vocação através de vários anos de caminhada, foi "consagrado sacerdote". Quer dizer, foi chamado e considerado apto para ser no mundo uma presença viva de Jesus, um "outro Cristo", e recebeu como missão fazer de sua vida uma transparência de amor e revestir todos os seus atos de carinho, de perdão e de misericórdia em favor de todos os que necessitam de Jesus. Pela ordenação sacerdotal, tornou-se irmão universal, dedicado totalmente ao serviço do Evangelho.
O sacerdote na Igreja católica não é um ministério passageiro, que pode ser assumido por um determinado espaço de tempo e, depois, uma vez cansado de ser sacerdote, se devolve, para reassumir outra atividade, como se nada tivesse acontecido na sua vida. Nenhum padre poderá esquecer o dia em que se prostrou diante do altar e, pelo ministério episcopal, foi ordenado sacerdote, e publicamente assumiu continuar a memória de Jesus pela celebração do mistério eucarístico. A ele foi dada a mesma ordem que o Cristo deu naquela noite da Última Ceia: "Fazei isto em minha memória".
O sacerdote não se ordena a si mesmo, não chama a si mesmo, não escolhe a si mesmo, mas é chamado e escolhido. E toda escolha sobrenatural não é outra realidade senão um gesto de amor que não tem explicação humana é um ato de amor que só o Amor pode explicar: Ser sacerdote é ter a consciência de que um dia fomos chamados do meio do povo, consagrados e devolvidos ao povo, para servi-lo. Agir na pessoa de Cristo exige constante esforço de se despir de todos os pecados e limitações para que a beleza e a grandeza de Jesus possa resplandecer em toda a sua luz. Não há sacerdote que não deva ser consciente disso. Há, deve haver, em todo sacerdote, o desejo, o imperativo de ser bom, de ser santo, de evangelizar mais pela vida que pela palavra. Todo sacerdote, quando se espelha no modelo "Jesus", sente tremer a sua consciência e é tomado pelo temor santo que tomou conta dos profetas que, diante do Deus altíssimo, sentiam toda a fragilidade e toda própria pecaminosidade.
Quem és tu, sacerdote?
 Alguém que, um dia, pela graça de Deus foi chamado a seguir os passos de Jesus. Seduzido pelo serviço apostólico, profético, percebeste que o anúncio do Evangelho era o teu único desejo; que servir o povo no desinteresse e na caridade era o teu sonho; que colocar-se na escuta do grito de tantos irmãos e irmãs esmagados, sofridos pela injustiça e pelo pecado, era o teu único desejo. E por isso aceitaste com alegria ser "sacerdote", deixando atrás de ti sonhos humanos, desejos de constituir uma família, de ter ao teu lado uma mulher com quem partilhar a vida e ver, através da cooperação dela, uma descendência onde contemplar o teu rosto e tua história.
Não te apavores, se nestes últimos tempos, por todos os lados, tentam deformar, denegrir, sujar a imagem do sacerdócio. Em tempo de crise, devemos viver com maior intensidade os valores da vida sacerdotal. A consagração sacerdotal não elimina a sedução do pecado nem vacina contra as tentações que experimentamos no dia-a-dia.
Quem és tu, sacerdote?
Alguém que foi ungido e foi chamado a ser Cristo vivo no mundo em que vive. Consciente de nossa fragilidade, devemos pedir a graça da fidelidade, caminhar de cabeça erguida e nunca nos sentir envergonhados por ser de Jesus Cristo. Cheios de uma grande alegria por ser sacerdote, anunciemos oportuna e inoportunamente o Evangelho de Jesus, vigiemos para não cair. Carregar a cruz para chegar à ressurreição é o caminho de cada cristão, mas especialmente de cada sacerdote.
Quem és tu, sacerdote?
"Para você, quem sou eu? É Pedro quem responde por todos: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo".
Assim, tu, sacerdote, és Cristo, o ungido de Deus, enviado para ser a palavra de consolo e conforto. Felizes somos nós quando formos caluniados, desprezados por causa de Cristo. E quando sofremos pelos nossos pecados, dobremos os joelhos, peçamos perdão e continuemos o caminho até o encontro definitivo com Cristo, justo juiz que nos julgará sobre o amor.






Cáritas Brasileira já arrecadou mais de R$ 1 milhão para o Haiti


Equipe de Cáritas, provenientes de várias partes do mundo, iniciou os trabalhos de planejamento junto à Cáritas Haiti em Porto Príncipe. O objetivo foi conhecer a estrutura que a Cáritas haitiana ainda tinha para implementar a “chamada imediata de emergência” de maneira que assegure a ajuda humanitária de forma qualitativa. De acordo com Hector Hanashiro, coordenador de emergências da Cáritas para a América Latina e o Caribe, todas as pessoas que trabalharão como voluntárias ou contratadas deverão ter o acompanhamento direto do pessoal da Cáritas Haiti equivalente à função.
Técnicos em saúde, logística, distribuição, saneamento e água estão sendo solicitados às Cáritas de todo o mundo para compor a equipe no Haiti. Contadores também se integrarão aos profissionais requisitados para que “se possa assegurar, desde o princípio, a responsabilidade e a transparência financeira com as doações enviadas”. “É importante esclarecer que os fundos arrecadados serão utilizados para oferecer uma resposta de alta qualidade, sob os requisitos dos doadores e do sistema interno da Cáritas Haiti, que já está definindo estes detalhes”, disse Hanashiro em comunicado à Cáritas Brasileira.
Faça também o seu gesto de solidariedade! Doe!
As doações em dinheiro podem ser feitas nas seguintes contas bancárias:

- Banco do Brasil - Agência: 3475-4; Conta Corrente: 23.969-0;
- Caixa Econômica Federal - OP: 003; Agência:1041;
Conta Corrente: 1132-1;
- Banco Bradesco - Agência: 0606 ; Conta Corrente: 70.000-2.
CNPJ da Cáritas Brasileira: 33.654.419/0001-16

As necessidades urgentes, segundo Hanashiro, continuam sendo alimentação, saúde, água potável, saneamento e abrigos. Há ainda problemas com grupos importantes de mulheres grávidas, crianças órfãs, famílias com algum desaparecido ou ferido que foi enviado a outras localidades, incluindo hospitais na República Dominicana. “Dada a quebra da economia haitiana, é imperativo gerar imediatamente formas de trabalho temporário e, em longo prazo, emprego sustentável”, alertou ele.
Os recursos serão destinados às ações de socorro imediato, reconstrução e recuperação das condições de vida do povo haitiano. Só no Brasil, através da Cáritas Brasileira, já foram arrecadados R$ 1.331.717,00. Deste total, R$ 500 mil já foram enviados na última semana.
A previsão da Cáritas Internationalis é que, em dois meses, 200 mil pessoas tenham sido ajudadas no Haiti com as doações de Cáritas.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação da Cáritas Brasileira: imprensa@caritas.org.br
José Magalhães, assessor da Cáritas Brasileira
Telefones: + 55 61 3214 5400/5429 ou + 55 61 81319639

Haiti: Núncio apostólico fala sobre suas esperanças


Da Redação, com Rádio Vaticano


O último balanço divulgado prevê cerca de 170 mil mortos e mais de 800 mil desabrigados no Haiti.
Passadas mais de duas semanas do terremoto que devastou boa parte do país, o futuro está agora ligado aos planos de reconstrução. O Núncio Apostólico no país, Dom Bernardito Auza, sublinha as próprias esperanças:
"Coordenar os socorros num cenário complexo e dramático como o do Haiti é um desafio comprometedor e difícil, mas alimentado pela certeza de que a situação melhora dia após dia". É com essa convicção que Dom Auza procura colorir de esperança páginas de dor e devastação. No seu emocionante testemunho, publicado pela agência de notícias SIR, não faltam boas notícias.
O núncio recorda, em particular, que foram encontrados alguns seminaristas, supostamente dados como mortos devido ao terremoto. A Caritas, nos seus diversos componentes, constitui um ponto de referência "forte e inegável" para a distribuição das ajudas. Nas próximas semanas, os auxílios deveriam chegar a 200 mil pessoas.
Dom Bernardito Auza também destaca que, apesar de todas as críticas – algumas com fundamento, outras derivadas do não conhecimento da realidade do Haiti –, é preciso reconhecer o imenso e precioso trabalho realizado pela comunidade internacional. O conselho do Núncio nesta etapa sucessiva à fase de emergência inicial é que seja enviado dinheiro e não ajuda material. O risco é que os custos de transporte se tornem mais elevados do que o valor da ajuda mesma.
O prelado recorda que a Igreja Católica pagou um alto preço, não só em termos de vidas humanas. Ele faz um apelo em prol da reconstrução da catedral de Porto Príncipe, de igrejas, casas paroquiais, seminários, escolas e casas de formação. O representante pontifício não esconde o temor de que o mundo se esqueça novamente do Haiti depois que os refletores se apagarem.
A esperança é que a assistência internacional seja a longo prazo. "Somente uma estratégia de reconstrução semelhante ao Plano Marshall poderá fazer com que o Haiti saia do subdesenvolvimento e evite que o país se torne ainda mais pobre do que antes", concluiu.
Segundo o Organismo da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO), é necessário um investimento de pelo menos 700 milhões de dólares no setor agrícola. Com base em estimativas da ONU, devem ser reconstruídos 70% da capital Porto Príncipe. O presidente do Haiti, René Preval, anunciou que a capital será reerguida em outra área do país, onde não poderá ser danificada por eventuais terremotos.
Enquanto isso, o Haiti tenta retornar à normalidade, com a reabertura de algumas escolas presentes na capital do país nesta segunda-feira, 1º de fevereiro.



Justiça não exclui a caridade, diz Papa a tribunal eclesiástico


Da Redação, com Rádio Vaticano

"Todos os que atuam no campo do direito deve ser guiados pela justiça", disse o Papa Bento XVI nesta sexta-feira, 29, aos membros do Tribunal da Rota Romana, para dar início ao Ano Judiciário, no Vaticano.
O Papa disse que mesmo "o juiz, que deseja ser justo, experimenta uma grave responsabilidade diante de Deus e dos homens (...), e os advogados, devem evitar cuidadosamente assumir o patrocínio de causas que, segundo a sua consciência, não sejam objetivamente sustentáveis".
Tendo como pano de fundo a sua Encíclica "Caritas in veritate", Bento XVI teceu diversas considerações aprofundando as relações entre justiça, caridade e verdade, começando por chamar a atenção para a tendência, "difusa e radicada", de contrapor a justiça à caridade, como se uma excluísse a outra. Desvaloriza-se assim, por vezes, o Direito Canônico, como se fosse mero instrumento técnico ao serviço de qualquer interesse subjetivo, mesmo não assente na verdade. Ora, qualquer que seja a situação, o processo e a sentença estão de algum modo fundamentalmente ligados à justiça, ao seu serviço.
A abordagem das pessoas (envolvidas num processo canônico) deve, portanto, ter presente o caso concreto, até para ajudar as partes, com delicadeza e solicitude, no contato com o competente tribunal. Por outro lado, "nunca se esqueça que qualquer obra de autêntica caridade compreende a indispensável referência à justiça", observou o Papa.
Por outro lado, prosseguiu Bento XVI, a ação de quem administra a justiça não pode prescindir da caridade. "O amor para com Deus e para com o próximo deve modelar cada atividade, mesmo a que aparentemente é mais técnica e burocrática. O olhar e a medida da caridade ajudarão a não esquecer que se está sempre diante de pessoas marcadas por problemas e sofrimentos".
"Quem ama com caridade os outros é antes de mais justo com eles. Não só a justiça não é alheia à caridade, não só não é uma via alternativa ou paralela à caridade: a justiça é inseparável da caridade, intrínseca a ela. Caridade sem justiça não é caridade, mas mera contrafacção, porque a própria caridade requer aquela objetividade típica da justiça, que não há que confundir com frieza desumana".
Neste contexto, o Papa citou o seu predecessor João Paulo II, que falando, há 20 anos, das relações entre pastoral e direito, advertia os juízes quanto ao "risco de uma compaixão mal entendida que caísse em sentimentalismo". Só aparentemente seria pastoral.
"Há que não se dar ouvidos aos apelos de pseudopastorais que colocam as questões num plano meramente horizontal, no qual a única coisa que conta é satisfazer as solicitações subjetivas, para chegar a todo o custo à declaração de nulidade, para superar, nomeadamente, os obstáculos à recepção dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia".
Ora – considerou Bento XVI – "o altíssimo bem da readmissão à Comunhão Eucarística depois da reconciliação sacramental exige que se considere o autêntico bem das pessoas, que não se pode separar da verdade da sua situação canônica. Seria um bem fictício, e uma grande falta de justiça e de amor, aplanar-lhes de um modo qualquer o caminho para a recepção dos sacramentos, com o risco de as fazer viver em contraste objetivo com a verdade da sua condição pessoal".
“Defender a verdade, propô-la com humildade e convicção e testemunhá-la na vida são formas exigentes e insubstituíveis de caridade. Esta compraz-se com a verdade. Só na verdade se pode viver autenticamente a caridade. Sem verdade a caridade descamba em sentimentalismo. O amor torna-se uma casca vazia, a encher arbitrariamente. É o fatal risco do amor numa cultura sem verdade. Acaba por ficar abandonado às emoções e opiniões contingentes dos sujeitos, palavra abusada e distorcida, acabando por significar o contrário".









O poder das palavras


Gabriel Chalita


Queria falar para você sobre o poder da palavra. A palavra do amor, exercitada no cotidiano. Há palavras de amor como: "Seja bem-vindo!"; "Estava com saudade"; "Te amo tanto!"; "Que bom que você está aqui!"... São pequenas palavras de amor, mas que têm o poder de fazer as pessoas melhores.
Palavras de amor na relação entre pais e filhos. Como os jovens e crianças estão carentes dessas palavras; os filhos aprendem com os pais as palavras amorosas, com a pessoa que trabalham em casa, com as gentilezas.
A palavra tem o poder de fazer uma pessoa acreditar nela mesma, fazendo-a recuperar a alegria.
Há também palavras de desamor, as quais são um veneno e trazem a maldição para vida das pessoas.
A palavra que tem poder quando usada com amor também destrói quando é usada com desamor, dizemos coisas que destroem as pessoas. Há palavras de desamor como: "Você não serve para nada!", "Não te perdoo!"; "Eu te odeio!"...
Em alguns lugares é fácil dizer palavras de amor, especialmente quando se deseja impressionar; o desafio é encher-se de palavras de amor e levá-las para os lugares que você vive a maior parte do seu tempo, como o trabalho. Todos os dias você tem o poder de destruir e de construir as pessoas.
Outro tipo de palavra é a palavra de indiferença, que não é nem palavra de amor e nem desamor. Muits vezes, você trabalha em um consultório médico, as pessoas chegam preocupadas e você é indiferente. Cristão não pode ser indiferente! Este é o mal do século, porque as pessoas estão transformando tudo em "Eu", tudo é "Para mim...".
Não existe filho de Deus de segunda categoria; você é filho de Deus de primeira categoria! Você não é pequeno, nem incapaz, mesmo que pessoas tenham dito palavras de desamor para você.
Todos nós somos carentes e não precisamos de palavras de desamor, precisamos de palavras de amor. Dentro de nós, muitas vezes, há uma grande tempestade, mas do meio dessa agitação vem Jesus nos falar palavras de amor. Deus nos cerca com palavras amorosas. Por isso, não use palavras de desamor e de indiferença.
Permita-se ser um espelho de amor, transborde-o [amor] com gestos e palavras; mas para isso você precisa sentir o amor maior, que é o amor de Deus.
Falando sobre o poder da palavra, pegando este mesmo conceito "palavra de amor, de desamor e de indiferença", um grego diz que devemos pensar em três palavras antes dizer algo:
Credibilidade: se eu for um mentiroso as pessoas não vão acreditar em mim. Nós não devemos mentir para ter credibilidade.
Fragilidade: quando uso palavras de amor para chegar ao ponto fraco do outro.
Todos nós temos um ponto fraco, ou seja, o nosso lugar frágil; jamais podemos fazer do ponto fraco do outro motivo de humilhação, pois tudo que humilha o outro não edifica.
Razão: é se preparar para levar a palavra, ter discernimento para saber o que a pessoa precisa ouvir. Pense um pouco na palavra de desamor que você profere: "Não gosto de gente assim!"; "Você não me agrada!"; "Saia daqui!"; "Eu te odeio!"...
Hoje peça aos anjos para retirar de você todas estas palavras negativas e tome mais cuidado com o que vai dizer.